Ações de Incentivo à Leitura no blog Acesso-Votorantim
14 anos ago Helena Castello Branco Comentários desativados em Ações de Incentivo à Leitura no blog Acesso-Votorantim
Visite o ACESSO – o Blog da Democratização Cultural e confira na íntegra a notícia publicada sobre Ações de Incentivo à leitura, com entrevistas sobre o movimento BookCrossing no Brasil e em Portugal, e também com Pedro Gerolimich de Abreu, do projeto Livros de Rua, projeto de incentivo à leitura criado no Rio de Janeiro.
Diversas questões contribuem para o fato da leitura não ser um hábito no Brasil. De acordo com alguns pensadores brasileiros, o País passou da oralidade direto para o audiovisual, pulando a etapa escrita. A organização econômica também não teria contribuído: por ser um país de base escravocrata, negligenciou-se a educação, tratada como direito universal apenas na década de 30, do século 20. Como conseqüência, parte da população brasileira é analfabeta. Segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (2008), desenvolvida pelo Instituto Pró-Livro, 45% da população brasileira não tem o costume de ler, o que coloca o País na 47ª posição do ranking mundial de leitura, formado por 52 países, de acordo com estudo da Unesco – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Enquanto o índice de leitura do brasileiro beira quatro títulos por ano, em países desenvolvidos essa média sobe para 10. Dispostas a reverter esse patamar, uma série de organizações nacionais desenvolvem projetos com o intuito de disseminar a prática da leitura no País, seja a partir de projetos próprios ou com base em experiências de outros países.
Em 2001, o programador americano Ron Hornbaker resolveu organizar o movimento Bookcrossing, no qual os livros são “libertados” em espaços públicos à espera de alguém que se interesse em levá-los para ler. A ação já acontecia há tempos entre os amantes da leitura, mas Hornbaker criou um site para o cadastro dos livros encontrados e “libertos”, com códigos para impressão em etiquetas, que coladas aos livros permitiriam rastreá-los onde quer que fossem parar. Usuários do mundo inteiro aderiram ao movimento e, em 2009, o site ganhou uma versão brasileira, o www.bookcrossing.com.br.
Desde que o site surgiu, foram registrados no mundo todo mais de 6,2 milhões de livros, e duas vezes por ano ocorrem encontros internacionais, geralmente na Europa e nos EUA, nos quais diversos bookcrossers – nome dado aos adeptos do movimento – trocam exemplares. “Uma forma segura de libertar um livro para não correr o risco de perdê-lo é deixá-lo numa ‘zona de bookcrossing’, uma mesa ou prateleira instalada em algum local público. Existem milhares dessas no mundo todo e seus endereços podem ser encontrados no site”, diz a coordenadora do Bookcrossing Brasil, Helena Castello Branco. Para ela, o Bookcrossing permite que mais pessoas leiam o mesmo livro, disseminando o hábito da leitura. “No Brasil, a falta de incentivo à leitura tem início na infância. Pais, escola e sociedade se omitem do papel de estimuladores. O ideal seria que, desde a alfabetização, a criança fosse acompanhada por um adulto que a incentivasse. Mas o fato da leitura ser associada à obrigação nas escolas, acaba resultando no contrário: ela passa a detestar ler. Livro é algo muito pessoal e cada um deveria escolher o que quer ler”, afirma.
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