Inspirado no BookCrossing, projeto Livro de Rua vira notícia no RJ

14 anos ago Helena Castello Branco Comentários desativados em Inspirado no BookCrossing, projeto Livro de Rua vira notícia no RJ

O mundo é uma grande biblioteca

Projeto Livro de Rua distribui mais de cinco mil exemplares pelo Estado

Quantos livros você leu recentemente? Caso tenha lido pelo menos um, bem-vindo aos 55% da população brasileira que pode ser considerada leitora de livros. Por achar – e com razão – esse índice baixo, o Instituto Ciclos do Brasil criou o projeto Livro de Rua, que pretende democratizar a leitura no Brasil, ao transformar o país em uma grande biblioteca à céu aberto. Atuando no Rio de Janeiro, em áreas como a Baixada Fluminense e Região Serrana, além da capital, o projeto também já alcançou a capital mineira. Funciona a partir de doações de livros, que são cadastrados e distribuídos em áreas públicas com uma simpática carta que explica a proposta e indica: gostou do livro, ele é seu, mas quando acabar de lê-lo, passe adiante e cadastre o paradeiro dele no site do projeto.

Com mais de cinco mil exemplares distribuídos desde 2009 em áreas como praças, pizzarias e lan houses, o projeto tem dois eixos principais: a Libertação de Livros e a Biblioteca da Liberdade. A Libertação de Livros consiste em realizar exatamente o que o nome diz. Após cadastrar o livro no site, é só “libertá-lo” em alguma área pública e acompanhar na web as informações das outras pessoas que pegaram seu exemplar cadastrado para ler. Já a Biblioteca da Liberdade transforma qualquer lugar, de padaria à igreja, em ponto de distribuição de livros. Sem censura, o espaço permite que você escolha qualquer título, seja um, cinco ou dez e também deixe alguma obra para o próximo leitor. Existe apenas uma orientação: que após a leitura, o livro seja “libertado” novamente para que outros possam lê-lo, mas sem a obrigação de devolver o exemplar ao local de origem. As regiões onde existem Bibliotecas da Liberdade estão no blog do projeto, sobretudo em áreas carentes, como o bairro de Anchieta e o município de Duque de Caxias.

Segundo Pedro Gerolimich, presidente do instituto, o projeto Livro de Rua é influenciado por um simular movimento internacional: “Em 2008 tivemos contato com o BookCrossing, que defende a libertação de livros para transformar o mundo em uma grande biblioteca. Hoje já atuam em mais de 130 países”, conta. Aqui no Brasil foi preciso adaptar o projeto. “Percebemos que a nossa realidade era diferente de outros países e que a libertação das obras acabava se concentrando em áreas mais nobres da capital. A partir disso, começamos a fazer eventos para divulgar o projeto em outras regiões da cidade e do estado, como o que fizemos agora em Resende, quando foram distribuídos 700 exemplares.”

O Livro de Rua busca quebrar o paradigma de uma biblioteca tradicional. Como diz o ditado, “livros não tem pernas”, então, ao invés de ficarem pegando poeira em prateleiras esquecidas, os exemplares são levados até aqueles que tenham interesse pela leitura. A realização de eventos de divulgação possibilita também que os organizadores troquem informações com a população carente de leitura. Segundo dados oficiais, o brasileiro lê em média um livro por ano. Pedro enfatiza que o projeto cresce a cada dia : “Durante o último Viradão Carioca fizemos a Biblioteca na Praia, em Copacabana, onde libertamos mais de mil livros em uma homenagem ao escritor Carlos Drummond de Andrade. Foi interessante notar que as pessoas retornavam para nos doar mais livros. O balanço foi de 1.100 livros libertados e 700 exemplares que recebemos como doação, tudo no mesmo dia!”

Colaboração de Gustavo Durán

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